Em 1817, durante a análise do mineral petalita, o sueco Johan August descobriu o lítio. Mais tarde, ele confirmou a presença do elemento químico nos minerais espodumênio e lepidolita. Em 1818, G. Gmelin observou que os sais de Lítio queimavam com chamas vermelho-brilhantes. Nem Gmelin e nem Arfvedson isolaram o elemento lítio de seus sais.
Os primeiros a isolar o elemento, foram W. T. Brande e Sir Humphrey Davy através da eletrólise do óxido de lítio (Li2O). Em 1855, Bemsen e Mattiessen, isolaram grandes quantidades do metal pela eletrólise do cloreto de lítio (LiCl).
A quantidade deste elemento existente no universo é de 6×10^-7 % da massa; no corpo humano 3×10^-6 % da massa (30ppb); na crosta terrestre 0.0017 % da massa (17ppm) e no oceano 1.8×10^-5 % da massa (180ppb).
O salar de Uyuni, um deserto branco de sal de 12 mil km2 localizado no sul da Bolívia, é onde está a maior jazida do mundo desse precioso material. Segundo estudos recentes, Chile, Bolívia e Argentina possuem, juntos, 75% de todas as reservas mundiais de lítio. O Chile é o principal produtor mundial.
A Argentina, com um único local de extração, na província de Catamarca, noroeste do país, e explorada pela corporação norte-americana FMC Lithium, está em terceiro lugar, depois da China. A Bolívia ainda não entrou de fato no jogo, mas quando o fizer não haverá competição possível, dado que o salar de Uyuni, onde está sendo construída uma planta para a extração, abriga 50% de todo o lítio presente no planeta.
Construção da Usina de Uyuni, Bolívia (foto: japantimes.co.jp)
De acordo com as estimativas mais prudentes, debaixo do chão imaculado do salar de Uyuni, repousam pelo menos 100 milhões de toneladas de lítio. Isto faz com que a Bolívia possa se tornar uma potência energética mundial.
No Brasil, sua exploração acontece há alguns anos no estado de Minas Gerais, mas para uso principalmente na indústria de vidros e cerâmica.
Os maiores clientes, as grandes empresas líderes em produção de baterias recarregáveis, vêm do Japão, EUA, China e Alemanha. Segundo dados divulgados em 2005, cerca de 50 milhões de notebooks, 80 milhões de câmeras fotográficas digitais e 800 milhões de telefones celulares dependem do lítio para o seu funcionamento.
Foto: powerelectronics.com
Mas, onde mais é usado o lítio?
– Em baterias; sendo bastante comuns as que usam íons de lítio em sua composição. Também pode ser usado para fabricar pilhas (baterias não recarregáveis);
– adicionado em vidros para reduzir o coeficiente de expansão térmica e baixar o ponto de fusão;
– compostos com lítio são usados na produção de plásticos, borrachas sintéticas e medicamentos.
– Em química orgânica o Li3AlH6 (hidreto de alumínio e lítio) é usado como agente redutor;
– ligas de alumínio que contém uma pequena quantidade do elemento são mais leves, e são utilizadas na fabricação das asas e componentes estruturais; nestes casos a quantidade de lítio adicionado costuma não ser maior do que 2,5%.
– Na forma de carbonato de lítio é usado como medicamento psiquiátrico; o composto também encontra aplicação na indústria – do alumínio e na fabricação de baterias;
– na área nuclear o elemento pode ser usado em reatores de geração de energia e em bombas termonucleares;
– na fabricação de graxas e lubrificantes;
– o fluoreto de lítio tem aplicações ópticas interessantes por ser um cristal transparente à radiação ultravioleta de onda curta;
– na fabricação de cerâmicas resistentes ao calor e ao choque térmico; inclusive com uso na cozinha;
– na secagem de ambientes úmidos; o LiCl é bastante higroscópico;
– LiH tem sido pesquisado como uma possibilidade na estocagem de hidrogênio; com a dificuldade de ser um composto instável.
Outras informações:
Símbolo Químico: Li
Número Atômico (Z): 3
Peso Atômico: 6,941
Grupo da Tabela: 1 (IA)
Configuração Eletrônica: 1s2 2s1
Classificação: Metal Alcalino
Estado Físico: Sólido (T=298K)
Densidade: 0,535 g/cm3
Ponto de Fusão (PF): 453,69 K
Ponto de Ebulição (PE): 1615,0 K
Fontes:
https://revistagalileu.globo.com/
www2.fc.unesp.br)
www.dw.com
www.tabelaperiodica.org