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domingo, 15 de dezembro de 2019

Para que serve? (Césio)

Encontrado em Heidelberg, Alemanha, no ano de 1860 pelos cientistas Kirchoff e Bunsen, o césio foi o primeiro elemento a ser descoberto por espectroscopia, através da análise do espectro de água mineral. Seu nome tem origem do latim “caesius”, que significa céu azul, em função tanto do metal quanto de seus compostos emitirem uma luminosidade de coloração azul. Atualmente é obtido do mineral polucita, por eletrólise do cloreto ou cianeto de césio fundido.

Polucita

Quimicamente, é um metal capaz de formar vários sais, reage violentamente e exotermicamente com ácidos concentrados e diluídos, com água, ainda serve como catalisador na hidrogenação catalítica na síntese orgânica. Se funde na temperatura da mão e juntamente com o Ga e Hg são os únicos metais líquidos na temperatura ambiente (acima de 28,5°C). O hidróxido de césio obtido, ( CsOH ) é a base mais forte conhecida e ataca o vidro.

Aparelho de radioterapia

Este elemento químico é representado pela sigla Cs, apresentando um número atômico igual a 55, o que indica que ele apresenta em seu núcleo 55 prótons e 55 elétrons em seus orbitais atômicos. Entretanto, em relação ao número de nêutrons existente no seu núcleo, é necessário que saibamos qual é o número de massa de cada átomo de césio. No caso do césio existem vários isótopos (número de massa variando de 129 a 137), veja alguns deles:
Césio 133: utilizado na construção de relógios atômicos. É o único isótopo natural do Césio.
Césio 134 e 135: utilizados para determinar a quantidade de Césio produzida em uma indústria nuclear.
Césio 137: utilizado em equipamentos de radioterapia.

Acidente radioativo de Goiânia

No Brasil, o vazamento do material em 1987, foi considerado um dos maiores desastres radiológicos da história. O caso aconteceu em Goiânia, após dois catadores de lixo entrarem em contato com uma porção de cloreto de césio, o césio-137. O componente químico ficava dentro de um aparelho de tratamento de câncer, que estava em uma clínica abandonada na capital de Goiás. Foram necessários apenas 16 dias para que o “brilho da morte”, como a substância ficou popularmente conhecida, matasse quatro pessoas e contaminasse centenas.

Relógio atômico em Praga

Suas principais aplicações são:

– em relógios atômicos; para se ter uma altíssima precisão em medidas de tempo,
– lâmpadas de infravermelho,
– células fotoelétricas e tubos à vácuo,
– em catálise de hidrogenação de compostos orgânicos,
– em fluídos de perfuração; principalmente na indústria do petróleo e gás,
– na fabricação de vidros especiais para aplicações ópticas,
– equipamentos de monitoração de radiação,
– cloreto, sulfato de trifluoroacetato de césio são usados em procedimentos que envolvem ultracentrifugação; como por exemplo, em casos nos quais se deseja obter o isolamento de partículas virais,
– o isótopo radioativo césio-137 tem uso na medicina e como emissor gama em aplicações industriais,
– sistemas de propulsão iônica espacial

O césio é encontrado principalmente no Canadá, Estados Unidos, África Austral e Zimbábue

Referências:


Fontes de imagens por ordem de exibição:


domingo, 11 de agosto de 2019

Para que serve? (Nióbio)

De todo o nióbio que existe no planeta 98,2% está no Brasil. Nossas reservas têm o equivalente a 842 milhões de toneladas do metal, que valem inacreditáveis US$ 22 trilhões: o dobro do PIB da China, ou duas vezes todo o petróleo do pré-sal. Por isso, há quem diga que o nióbio pode ser a salvação do Brasil, a chave para o país se desenvolver e virar uma potência global. Mas não é bem assim. Apesar de ser um produto muito interessante e estratégico, o minério está longe de ser a solução para os nossos problemas econômicos. Embora seja muito útil e valioso e renda US$ 2 bilhões em exportações por ano para o país, o nióbio não é insubstituível. Para fazer crescer seu mercado e desenvolver novas utilizações é necessário investir US$ 150 milhões por ano em tecnologia.

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Sua primeira grande reserva do planeta foi descoberta no Brasil em 1960 na cidade de Araxá, a 360 km de Belo Horizonte. Em 1965, o almirante americano Arthur W. Radford, integrante do conselho da mineradora Molycorp, convidou o banqueiro brasileiro Walther Moreira Salles para montar uma empresa de extração e refino do nióbio. A Molycorp tinha acabado de comprar algumas minas em Araxá. O brasileiro topou, então nasceu a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM). Hoje sabe-se que só o que temos em Minas Gerais e Goiás já é suficiente para abastecer toda a demanda mundial pelos próximos 200 anos. Os maiores compradores do minério são China, EUA e Japão.

CBMM Araxá (Foto: roskil.com)

Descoberto por C. Hatchett em 1801, o metal somente foi isolado em 1864 por C.W. Blomstrand por redução do cloreto de nióbio com hidrogênio. Hoje é obtido pela redução do Nb2O5 com alumínio. Suas propriedades químicas são muito similares ao tântalo e sua separação deste só é possível com a utilização de solventes orgânicos como a metilisobutilcetona. É um metal branco prateado, brilhante, estável ao ar e não é atacado por HCl, H2SO4 e HNO3. Dissolve-se facilmente na mistura de HNO3/HF.

Jazida de Catalão, Goiás (Foto: folhauol.com.br)

O minério dúctil passa a adquirir uma coloração azulada quando em contato com o ar em temperatura ambiente após um longo período. Suas propriedades químicas são muito semelhantes às do tântalo, que está situado no mesmo grupo. O metal começa a oxidar-se com o ar a 200°C e seus estados de oxidação mais comuns são +2, +3 e +5. Este minério se converte num supercondutor quando reduzido a temperaturas criogênicas. Na pressão atmosférica, tem a mais alta temperatura crítica entre os elementos supercondutores, 9,3 K. Além disso, é um dos três elementos supercondutores que são do tipo II (os outros são o vanádio e o tecnécio), significando que continuam sendo supercondutores quando submetidos a elevados campos magnéticos.

Viaduto de Millau na França tem nióbio em sua estrutura (Foto: leparisien.fr)

O nióbio apresenta numerosas aplicações. É usado em alguns aços inoxidáveis e em outras ligas de metais não ferrosos. Estas ligas devido à resistência são geralmente usadas para a fabricação de tubos transportadores de água e petróleo a longas distâncias. Segue abaixo outras utilizações:

• Usado em indústrias nucleares devido a sua baixa captura de nêutrons termais.
• Usado em soldas elétricas.
• Devido a sua coloração é utilizado, geralmente na forma de liga metálica, para a produção de joias como, por exemplo, os piercings.
• Quantidades apreciáveis de nióbio são utilizadas em superligas para fabricação de componentes de motores de jatos, subconjuntos de foguetes, ou seja, equipamentos que necessitem altas resistências a combustão. Pesquisas avançadas com este metal foram utilizados no programa Gemini.
• O nióbio está sendo avaliado como uma alternativa ao tântalo para a utilização em capacitores.

A SpaceX também usa nióbio em seus foguetes (Foto: teslarati.com)

O metal de transição localizado na família 5-B da tabela periódica, é duro e resistente ao calor e a oxidação. Seu símbolo é Nb, possui número atômico 41, e configuração eletrônica 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d104p6 5s2 4d3, massa atômica 92,90u, ponto de fusão 2477°C, ponto de ebulição 4744°C.

Fontes:

domingo, 23 de junho de 2019

A Influência da Lua Sobre a Terra

Muitas linhas de estudo indicam que a Lua foi derivada da Terra depois de um impacto singular sofrido pelo planeta logo após sua formação. Como resultado, a evolução subsequente da Terra e o surgimento e desenvolvimento da vida foram fortemente influenciados pela presença de seu satélite natural.


Talvez a manifestação mais óbvia da influência da Lua sobre a Terra sejam as marés oceânicas. A subida e descida regular do nível do mar cria um ambiente único no Sistema Solar, onde a vida é exposta tanto à imersão na água quanto à exposição ao ar em poucas horas. Essa interface entre dois nichos ecológicos distintos é considerada por muitos como crucial em termos evolucionários.

Esta é uma condição na qual os organismos podem experimentar as tensões e esforços de um mundo alienígena antes de retornar com segurança ao seu habitat aquático, mudanças que possivelmente promovem a alteração e / ou migração destes organismos de um ambiente para outro, ou seja, do mar para a terra.


A lua tem um diâmetro de cerca de 3.475 quilômetros. Sua força também está diminuindo a rotação da Terra, um efeito conhecido como frenagem de maré, que aumenta a duração de nossos dias em 2,3 milissegundos por século. A energia que a Terra perde é captada pela Lua, aumentando sua distância do planeta azul, o que significa que nosso satélite natural se afasta mais de 3,8 centímetros por ano. Sua força gravitacional pode ter sido a chave para tornar a Terra um planeta habitável, moderando seu  grau de oscilação na inclinação axial, o que o levou a um clima relativamente estável ao longo de bilhões de anos, onde a vida poderia florescer.

Existem algumas crenças relacionadas à Lua nunca confirmadas pela ciência, como que cortar o cabelo em sua fase Crescente apressa o crescimento; no período de Cheia, aumenta o volume; em Lua Nova, fortalece as raízes e em Minguante, os fios enfraquecem e caem. Dizem também que ela influi na germinação e no desenvolvimento dos vegetais, no humor das pessoas, na gestação e no parto, entre outras coisas. 

Fontes:

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Para que serve? (Carbono)

Conhecido ainda na antiguidade, o carbono é um elemento essencial na vida (animal e vegetal ) em nosso Planeta, assim como é responsável pela constituição de uma infinidade de compostos minerais. Elemento não-metálico tetravalente, pertence a família 4A na tabela periódica, exibe o número atômico 6 e massa atômica 12; seu símbolo é a letra C.


Possui grande facilidade para combinar-se quimicamente com outros átomos pequenos, também estabelece ligações com praticamente qualquer elemento da tabela periódica, sejam eles metálicos ou não metálicos, o que de fato gera uma infinidade de compostos.

Na atmosfera, entre os elementos com os quais o pode ser encontrado em combinação estão o cálcio, o magnésio e o ferro; podendo também formar enormes massas rochosas (calcita, dolomita, mármore, etc.) ou simplesmente estar dissolvido na água.

Couper e Kekulé

Apesar de ser utilizado na antiguidade, ele só foi reconhecido e valorizado como um elemento químico, a partir do trabalho de pesquisadores como Archibald Scott Couper e Friedrich August Kekulé, que no século XIX, iniciaram os estudos sobre a estrutura e o comportamento químico do carbono. Eles constataram que o elemento é o único capaz de formar muitos compostos, com cadeias e anéis apenas de átomos de carbono.

O carbono é um elemento abundante na crosta terrestre e na atmosfera. Sua maior parte pode ser encontrada na forma de petróleo, carvão e em diversos carbonatos (dolomita e calcário). Podemos encontrá-lo também na forma de um diamante, grafite, carbono amorfo e cristalino.


De todas as formas, talvez a mais conhecida e cobiçada seja aquela obtida sob pressões elevadas, quando o carbono se transforma em diamante. Os maiores depósitos de diamantes estão localizados no continente africano (África do Sul, Namíbia, Botswana, República do Congo e Serra Leoa), enquanto o grafite, outra forma natural do Carbono, pode ser encontrado em grandes quantidades nos Estados Unidos, Rússia, México, Groenlândia e Índia.

O principal uso do Carbono pelo homem é no aproveitamento dos combustíveis fósseis, como petróleo e gás natural, compostos de hidrocarbonetos.


Basicamente, o ciclo do carbono ocorre quando os animais inspiram oxigênio (O2) da atmosfera e expiram na forma de dióxido de carbono (CO2). Enquanto isso, as plantas absorvem dióxido de carbono (CO2) do ar e o transformam na fotossíntese. Portanto, podemos dizer que o ciclo do carbono é vital para a manutenção da vida na Terra.

Existem mais de três milhões de compostos distintos derivados do carbono. Alguns dos compostos de Carbono mais conhecidos são CH4, Na2CO3, C2H6, C2H5OH, CaC2.

Referências:


Fonte de imagens por ordem de exibição:


quinta-feira, 1 de março de 2018

Para que serve? (Lítio)

Em 1817, durante a análise do mineral petalita, o sueco Johan August descobriu o lítio. Mais tarde, ele confirmou a presença do elemento químico nos minerais espodumênio e lepidolita. Em 1818, G. Gmelin observou que os sais de Lítio queimavam com chamas vermelho-brilhantes. Nem Gmelin e nem Arfvedson isolaram o elemento lítio de seus sais. 

Foto: ghheadlines.com

Os primeiros a isolar o elemento, foram W. T. Brande e Sir Humphrey Davy através da eletrólise do óxido de lítio (Li2O). Em 1855, Bemsen e Mattiessen, isolaram grandes quantidades do metal pela eletrólise do cloreto de lítio (LiCl).

A quantidade deste elemento existente no universo é de 6×10^-7 % da massa; no corpo humano 3×10^-6 % da massa (30ppb); na crosta terrestre 0.0017 % da massa (17ppm) e no oceano 1.8×10^-5 % da massa (180ppb).

O salar de Uyuni, um deserto branco de sal de 12 mil km2 localizado no sul da Bolívia, é onde está a maior jazida do mundo desse precioso material. Segundo estudos recentes, Chile, Bolívia e Argentina possuem, juntos, 75% de todas as reservas mundiais de lítio. O Chile é o principal produtor mundial. 

A Argentina, com um único local de extração, na província de Catamarca, noroeste do país, e explorada pela corporação norte-americana FMC Lithium, está em terceiro lugar, depois da China. A Bolívia ainda não entrou de fato no jogo, mas quando o fizer não haverá competição possível, dado que o salar de Uyuni, onde está sendo construída uma planta para a extração,  abriga 50% de todo o lítio presente no planeta.


Construção da Usina de Uyuni, Bolívia (foto: japantimes.co.jp)

De acordo com as estimativas mais prudentes, debaixo do chão imaculado do salar de Uyuni, repousam pelo menos 100 milhões de toneladas de lítio. Isto faz com que a Bolívia possa se tornar uma potência energética mundial.

No Brasil, sua exploração acontece há alguns anos no estado de Minas Gerais, mas para uso principalmente na indústria de vidros e cerâmica.

Os maiores clientes, as grandes empresas líderes em produção de baterias recarregáveis, vêm do Japão, EUA, China e Alemanha. Segundo dados divulgados em 2005, cerca de 50 milhões de notebooks, 80 milhões de câmeras fotográficas digitais e 800 milhões de telefones celulares dependem do lítio para o seu funcionamento.


Foto: powerelectronics.com

Mas, onde mais é usado o lítio?

– Em baterias; sendo bastante comuns as que usam íons de lítio em sua composição. Também pode ser usado para fabricar pilhas (baterias não recarregáveis);

– adicionado em vidros para reduzir o coeficiente de expansão térmica e baixar o ponto de fusão;

– compostos com lítio são usados na produção de plásticos, borrachas sintéticas e medicamentos.

– Em química orgânica o Li3AlH6 (hidreto de alumínio e lítio) é usado como agente redutor;

– ligas de alumínio que contém uma pequena quantidade do elemento são mais leves, e são utilizadas na fabricação das asas e componentes estruturais; nestes casos a quantidade de lítio adicionado costuma não ser maior do que 2,5%.

– Na forma de carbonato de lítio é usado como medicamento psiquiátrico; o composto também encontra aplicação na indústria – do alumínio e na fabricação de baterias;

– na área nuclear o elemento pode ser usado em reatores de geração de energia e em bombas termonucleares;

– na fabricação de graxas e lubrificantes;

– o fluoreto de lítio tem aplicações ópticas interessantes por ser um cristal transparente à radiação ultravioleta de onda curta;

– na fabricação de cerâmicas resistentes ao calor e ao choque térmico; inclusive com uso na cozinha;

– na secagem de ambientes úmidos; o LiCl é bastante higroscópico;

– LiH tem sido pesquisado como uma possibilidade na estocagem de hidrogênio; com a dificuldade de ser um composto instável.

Outras informações:

Símbolo Químico: Li 
Número Atômico (Z): 3
Peso Atômico: 6,941 
Grupo da Tabela: 1 (IA)
Configuração Eletrônica: 1s2 2s1
Classificação: Metal Alcalino 
Estado Físico: Sólido (T=298K)
Densidade: 0,535 g/cm3 
Ponto de Fusão (PF): 453,69 K
Ponto de Ebulição (PE): 1615,0 K  

Fontes:

https://revistagalileu.globo.com/
www2.fc.unesp.br)
www.dw.com
www.tabelaperiodica.org