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quarta-feira, 1 de janeiro de 2025

Quando Foi Implantado O Calendário Que Usamos?


O calendário que utilizamos hoje teve o uso autorizado pelo Papa Gregório XIII (1502-1585), que assinou um documento determinando uma reforma na maneira de contar o tempo. Surgia aí o calendário gregoriano. 

Para aquele ano, ficava determinado um ajuste nas datas — o dia seguinte ao 4 de outubro, quinta-feira, não seria a sexta-feira, 5 de outubro, mas, sim, a sexta-feira, 15 de outubro de 1582. O motivo da mudança se deu pelo fato de que há séculos estudiosos vinham alertando que o calendário vigente estava obsoleto — com o passar do tempo, cada vez menos a contagem dos dias correspondia aos fatos do calendário solar, dos equinócios e às próprias estações do ano.

Juliano era o calendário utilizado até então, um legado da Roma antiga, praticado desde cerca do ano de 45 a.C.. O mesmo já havia passado por alguns ajustes para tentar corrigir desvios ou para render homenagens a imperadores romanos que passaram a emprestar seus nomes a alguns meses.

A solução adotada por Gregório XIII foi sofisticada por dois motivos: ela remediava o estrago já feito, ao "pular" dez dias e, assim, ajustar novamente a contagem humana de forma correspondente à natural; e prevenia novos desarranjos, ao melhorar a regra, já adotada, do ano bissexto. O ano bissexto, ou seja, esse acréscimo de um dia a mais no calendário de tempos em tempos, foi criado juntamente com o calendário juliano.

Já se tinha percebido, portanto, que o ano não tinha exatamente 365 dias, mas um pouquinho a mais. Se colocado esse dia a mais de vez em quando, pronto, o ajuste ficava feito. Mas era muito impreciso o conhecimento astronômico da época. Assim, o tal dia acrescido já foi a cada três anos, depois a cada quatro.

Por motivos políticos e desencontros, houve épocas em que simplesmente essa mudança não ocorria. Dezesseis séculos depois, era de se imaginar como as coisas estavam desarranjadas. Mas, graças a uma comissão científica convocada pelo Papa Gregório, descobriu-se que, se a adoção de um dia ocorresse simplesmente a cada quatro anos, com o passar do tempo, a conta não iria fechar de novo.

O calendário gregoriano tem os mesmos dias que o calendário juliano, mas a contagem dos anos bissextos é diferente. Os anos bissextos acontecem a cada 4 anos nos dois calendários, mas enquanto no calendário juliano a cada 4 anos é sempre ano bissexto, no calendário gregoriano existe uma regra que diz que os anos bissextos acontecem a cada 4 anos, mas com a condição de que esse ano seja múltiplo de 4 e 400, mas não seja divisível de 100. Por esse motivo, atualmente os dois calendários estão com uma diferença de 13 dias. 

Referências:

https://www.calendarr.com/brasil/calendario-juliano/
https://www.terra.com.br/noticias/calendario-gregoriano-como-papa-gregorio-13-mudou-contagem-dos-dias-ha-440-anos,6c3e64fd0bb24bf8d03b2ec7c669acd73ubgzibs.html#google_vignette

domingo, 22 de dezembro de 2024

A Origem Das Luzes De Natal


A tradição das luzes de Natal começou modestamente, com velas servindo como fonte primária de iluminação. Essas velas eram inicialmente presas à árvore usando cera ou alfinetes. Essa tradição surgiu na Alemanha no século XVII e, ao longo dos dois séculos seguintes, tornou-se um hábito generalizado no país e, eventualmente, se espalhou para outros países da Europa Oriental, mesmo sendo uma prática perigosa que causava problemas, como incêndios. 

Visando uma maior segurança, anos mais tarde, as pessoas passaram a utilizar bolas de vidro para envolver velas e candeeiros. Mas foi em 1882 que Edward H. Johnson, amigo e sócio de Thomas Edison, construiu os primeiros fios de luzes de Natal.

À época, os vidros das lâmpadas tinham as cores vermelha, branca e azul. Sendo enroladas em volta da árvore de Edward que fez acontecer a primeira decoração de iluminação elétrica, o que nos anos seguintes tornou-se tradição!

Em 1895, chamando a atenção de todos, o presidente americano Grover Cleveland, iluminou com luzes elétricas a árvore natalina da residência oficial. Anos mais tarde foi a vez de Calvin Coolideg, também presidente dos EUA, iluminar a National Christmas Tree com mais de 3.000 luzes elétricas.

Fontes:

https://www.christmas-light-source.com/pages/history-of-christmas-lights#:~:text=The%20tradition%20of%20Christmas%20lights,the%20tree%20even%20more%20visible.

https://www.glight.com.br/blog/g-light-e-magia-das-luzes-de-natal/#:~:text=A%20Origem%20das%20Luzes%20de,mais%20de%203.000%20luzes%20el%C3%A9tricas.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

Adolpho Lutz, Um Gigante Brasileiro


Hoje faz 169 anos que nasceu o médico e cientista Adolpho Lutz, um dos maiores nomes da ciência brasileira. Ele faleceu com quase 85 anos, em 6 de outubro de 1940. 

Dizem que seus olhos eram fixos no microscópio por dias inteiros, sem pausas. Mas que não se contentava com a vida no laboratório. Visitava as ruas. Fazia autópsias em série para tentar entender mortes misteriosas de pessoas. Arrumava tempo para pesquisar vírus e bactérias coletados pessoalmente em expedições pelo interior, até mesmo nas matas ou lagoas.

Entre o final do século 19 e início do 20, Lutz esteve diante de um período de epidemias nos centros urbanos precários e nas áreas rurais: as populações encaravam doenças como febre amarela, malária, cólera, tifo, peste bubônica e hanseníase.

No Instituto Bacteriológico em São Paulo, onde foi diretor até 1908, o cientista foi fundamental na investigação das doenças infecciosas e também para as ações de saúde pública. Ele demonstrou no Brasil a teoria de norte-americanos de que a transmissão da febre amarela era feita por mosquitos (aedes aegypti). Depois de 1908, Adolpho Lutz se transfere para o Instituto Oswaldo Cruz. 

“Lutz, por exemplo, encontra malária nas florestas, em mosquitos que se reproduziam na água de bromélias. A doença atingia trabalhadores de obras ferroviárias”, afirmou o historiador Jaime Benchimol, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em entrevista à Agência Brasil. 

Os pesquisadores explicam que a formação de Lutz na Suíça, país de origem de sua família, ajuda a compreender suas influências e feitos. Depois de nascer no Brasil, ele foi para a terra dos pais e só voltou em 1881, já como médico formado.

“Ele era muito versátil com qualificação em várias áreas da medicina experimental. Lutz tinha profundo conhecimento sobre as disciplinas biológicas e sobre o que estava despontando naquele período, que eram micróbios, parasitas, hospedeiros, tanto nos humanos como nos animais”, destaca o historiador.

Adolpho Lutz ainda enfrentou resistências de uma época que considerava que as doenças poderiam ser transmitidas, por exemplo, pelos gases da putrefação do ambiente (teoria miasmática). Os bacteriologistas derrubaram essa noção. Mas havia uma oposição da classe médica tradicional em relação às novidades que surgiam.

Foram mais de 300 trabalhos por Lutz, que desvendou doenças, apontou para evoluções da pesquisa e encaminhou formas de enfrentamentos. O cientista trabalhou até depois de ficar cego, nos últimos anos de vida. “Ele trabalhava com as incógnitas de forma incansável. Perseguia o que não se sabia. Depois que ele descobria, deixava a continuidade da pesquisa para os alunos”, afirma o pesquisador Pedro Federsoni Junior, que coordena o Museu do Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo. 

Outra investigação de vulto feita por Adolpho Lutz é sobre a hanseníase. O cientista chegou a visitar um leprosário famoso no Havaí e trazer os aprendizados para o Brasil.  

“Eu entendo que nós estaríamos muito atrasados se não fossem cientistas como Adolpho Lutz, Emílio Ribas, Oswaldo Cruz, Vital Brasil”, afirma Federsoni. A pesquisadora Silvana Calixto, também bióloga e museóloga do Instituto Adolfo Lutz, considera que se tratou de uma geração de cientistas arrojados, que não se contentaram em ficar atrás de um microscópio monocular da época.

“Eles iam a campo. Eles viajavam atrás dos focos da doença. Faziam análise do ambiente. Graças a eles, a febre amarela chegou a ser erradicada”, reitera a cientista que também cuida do Museu do Instituto Adolfo Lutz.

Essa geração de bacteriologistas foi responsável, por exemplo, por minimizar os danos da chegada da peste bubônica no Brasil. Ao lado de médicos como Bonilha de Toledo e Arthur Mendonça, Lutz (que era o diretor do Instituto Bacteriológico) e o amigo Vital Brazil estreitaram laços e compartilharam conhecimento.

Desde o início de 1899, havia notícia que a peste poderia chegar ao Brasil pelo Porto de Santos. Por lá,  chegavam mercadorias e também imigrantes. Assim que foi constatada a peste em outubro, Lutz foi para Santos e se juntou na trincheira contra a doença. “Esse episódio em Santos foi uma das mais importantes batalhas que travaram juntos. Foi controlada a doença a partir do diagnóstico e isolamento de pessoas contaminadas. São Paulo foi um exemplo desse controle”, diz o pesquisador Érico Vital Brazil, coordenador de divulgação científica do instituto que leva o nome de seu renomado avô.

Érico leva em conta que esses cientistas tinham comportamento heroico de ir para a frente de combate às epidemias. “(Lutz) era uma pessoa eclética, com amplitude de atenção, preocupado em formar novos médicos e grande paixão pelo estudo”.

Ações preventivas, segundo o pesquisador, diminuíram a transmissão da peste bubônica, em um dos casos raros bem sucedidos no mundo. Foram 33 mortes no país em decorrência da doença. O pesquisador explica que eles levantaram uma bandeira de um conhecimento revolucionário. “Uma geração de cientistas que relacionou contextos como a pobreza e a falta de infraestrutura com o avanço de doenças. Eram pesquisadores que colaboraram muito entre si e que foram reconhecidos em todo o mundo”, afirma o pesquisador. O número de mortes por falta de higiene foi um grave problema da época.

Segundo os pesquisadores, Lutz tinha personalidade introspectiva e um humor sarcástico. Conforme o historiador Jaime Benchimol, ele não tinha paciência para o trato político, fazer acordos, como ocorria com Emílio Ribas. “Diferente do cientista de hoje, que é especializado em determinado segmento, Lutz tinha um olhar abrangente e uma capacidade de se especializar em diferentes áreas”. De acordo com Magali Romero Sá, a filha do cientista, a bióloga Bertha Lutz (1894-1976), que ficou conhecida pela luta feminista, tinha também uma personalidade semelhante. Para Silvana Calixto, do Instituto Adolfo Lutz, inclusive, a melhor definição do cientista veio da filha Bertha: “meu pai era médico de profissão e um naturalista de coração". 

Por outro lado, Lutz era atencioso com pacientes. “Tratava os hansenianos, por exemplo, com o maior carinho. A grande preocupação dele, tanto no Havaí quanto em um leprosário no Rio de Janeiro, era tratar essas pessoas com humanidade”, diz Silvana Calixto. Lutz tinha ainda comportamento antirracista em uma época de escravidão e também pós-abolição. De acordo com o pesquisador Pedro Federsoni Junior, Lutz, quando era chamado para atender pessoas escravizadas, exigia que os pacientes estivessem em camas com cobertas. “Outro fato relevante é que, em 1935, Adolpho Lutz foi receber um prêmio nos Estados Unidos e descobriu que se tratava de um evento com atitudes racistas. Ele foi acompanhado pelo assistente, Joaquim Venâncio, que era negro, a quem não foi permitido o ingresso. Lutz falou que só ficaria se o amigo e parceiro de trabalho permanecesse”. 

Essa parceria foi firme até o final da vida. Venâncio levava Lutz, sem visão, até a lagoa para buscar animais, principalmente anfíbios, para pesquisa e descrevia para o cientista os aspectos dos bichos. Ouviam o coaxar dos sapos e avaliavam juntos se aquela espécie serviria. O legado de uma vida incansável  e longeva foi e deve ser, segundo os pesquisadores, motivo de inspiração para os cientistas que vieram depois. Foi assim que os olhos do cientista nunca se fecharam. 

Fonte:

https://agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/2020-12/adolpho-lutz-enfrentou-epidemias-de-forma-incansavel

domingo, 8 de dezembro de 2024

Um Comparativo Entre Estados Unidos E União Soviética


Em 08 de dezembro de 1991, Rússia, Ucrânia e Bielorrússia assinaram a dissolução da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Por conta desta data, resolvemos fazer um resumo do que foi a disputa entre estadosunidenses e soviéticos.

Os Estados Unidos e a União Soviética foram aliados na luta contra a Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial. Após a vitória sobre os alemães, os antigos aliados se transformaram em adversários. Assim, com o término da Segunda Guerra Mundial, em 1945, tinha início a Guerra Fria.

Os dois países jamais se enfrentaram num conflito militar direto, jamais se enfrentaram numa "Guerra Quente". Daí o conflito entre as duas superpotências ter recebido o nome de "Guerra Fria". Apesar de toda a hostilidade que havia entre as duas superpotências, os dois lados sabiam que uma guerra total, isto é uma guerra em que cada potência utilizasse todos os seus recursos, seria uma guerra sem vencedores e uma ameaça à própria continuidade da espécie humana no planeta. Afinal, o monopólio norte-americano da bomba atômica não durou muito tempo. Em agosto de 1949, a União Soviética detonou sua primeira bomba atômica.

Uma das principais características da Guerra Fria foi transferir os conflitos militares para áreas periféricas do mundo. Ou seja, norte-americanos e soviéticos se envolveram em guerras localizadas em outras partes do mundo como África, Ásia e América Latina. Exemplos dessas guerras foram a intervenção norte-americana no Vietnã, durante as décadas de 1960 e 1970, a intervenção soviética no Afeganistão, final dos anos 1970 a meados dos anos 1980 e o envolvimento direto ou indireto dessas superpotências em praticamente todas as guerras no Oriente Médio, especialmente a luta entre palestinos, apoiados pela União Soviética, e israelenses, apoiados pelos norte-americanos.

A rivalidade entre as duas superpotências tinha origem na incompatibilidade entre as ideologias defendidas por cada lado. Cada superpotência tinha um sistema político e organizava sua economia de modo diferente da outra. Enquanto os Estados Unidos defendiam o capitalismo, a democracia, princípios como a defesa da propriedade privada e a livre iniciativa, a União Soviética defendia o socialismo e princípios como o fim da grande propriedade privada, a igualdade econômica (uma sociedade sem ricos e pobres) e um Estado forte capaz de garantir as necessidades básicas de todos os cidadãos.

A disputa tecnológica entre os Estados Unidos e a União Soviética incluía a corrida espacial, que era também uma demonstração de poder: a potência que desenvolvesse uma tecnologia capaz de enviar um homem ao espaço também seria capaz de desenvolver mísseis nucleares controlados à distância. Os feitos de cada superpotência eram explorados pela propaganda de cada governo. Afinal, cada lado queria provar que seu sistema (capitalismo, no caso dos Estados Unidos, socialismo, no caso da União Soviética, era o melhor). Tanto os Estados Unidos quanto a União Soviética utilizaram, no início de seus programas espaciais, engenheiros alemães que trabalharam no desenvolvimento dos foguetes.

No início, quem tomou a dianteira na corrida espacial foi a União Soviética, que em 1957 lançou o primeiro satélite artificial, o Sputnik, e, no mesmo ano, a enviou o primeiro ser vivo ao espaço, a cadelinha Laika. Também foi da União Soviética o feito de enviar o primeiro ser humano a viajar pelo espaço, o ucraniano Yuri Gagarin (na época, a Ucrânia era uma das repúblicas que compunham a União Soviética), no dia 12 de abril de 1961.

O programa espacial norte-americano acabou superando o soviético: no dia 20 de julho de 1969, o astronauta norte-americano Neil Armstrong tornava-se o primeiro homem a pisar na Lua. Uma curiosidade: enquanto os norte-americanos chamavam os tripulantes de suas espaçonaves de astronautas, os soviéticos chamavam os tripulantes de suas espaçonaves de cosmonautas.

As disputas entre as superpotências aconteciam em diversas áreas. Nos esportes, por exemplo. Enquanto existiu, a União Soviética disputou 9 olimpíadas e venceu 6. Conquistou 395 medalhas de ouro e 1.010 no quadro geral, enquanto que no mesmo período o seu rival conquistou 373 de ouro e 874 no geral.

Outras diferenças:

Ao contrário dos Estados Unidos, o sistema de saúde unificado na União Soviética era público e gratuito. As pessoas simplesmente iam à Policlínica do bairro e eram atendidas. O serviço começou a declinar nos anos 80: faltavam material e suprimentos, mas nunca profissionais de saúde. Em 1985, a União Soviética tinha quatro vezes mais médicos per capita do que os Estados Unidos. 

Na década de 1980, os dois primeiros níveis de ensino eram compulsórios: o aluno começava na pré-escola, até os 7 anos, e depois ia para a secundária, até os 17. Aos 15, os alunos faziam um provão que determinava se continuariam na escola geral (dando acesso ao ensino superior depois de um segundo “vestibular” aos 17) ou se iriam para o ensino técnico. A educação era gratuita em todos os níveis, enquanto que no país norte-americano, apenas nos ensinos fundamental e médio não havia cobrança.

Em 1989, a União Soviética aparecia na primeira posição entre os países com menor desigualdade social, com 0,275 de índice. Já os americanos tinham o índice de 0,382.

Por sua vez, os Estados Unidos tinham em 1990 a 19ª posição entre os melhores índices de desenvolvimento humano. Os soviéticos apareciam na 26ª posição. Neste mesmo ano os norte-americanos também tinham o maior PIB do mundo, e a União soviética vinha logo atrás, na segunda posição.

Referências:

https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/guerra-fria-2-o-que-estava-em-jogo-no-conflito-entre-eua-e-urss.htm
https://en.wikipedia.org/wiki/Soviet_Union
https://fred.stlouisfed.org/data/SIPOVGINIUSA
https://hdr.undp.org/system/files/documents/hdr1990escompletonostats.pdf
http://rededoesporte.gov.br/pt-br/megaeventos/olimpiadas/as-edicoes
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-era-a-vida-na-uniao-sovietica#google_vignette
https://www.census.gov/programs-surveys/popest.html
https://www.theodora.com/wfb/1990/rankings/gdp_million_1.html

quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

Os Roubos E As Matanças Dos Grandes Colonizadores


O desenvolvimento da expansão marítima europeia que se deu a partir do século XV permitiu que diversas partes do mundo passassem a se relacionar de forma mais constante, em um processo que para muitos estudiosos se caracterizou como um primeiro estágio da globalização, tão evidente nos dias atuais. As relações comerciais se ampliaram, as civilizações se confrontaram e as trocas culturais ficaram ainda mais intensas. 

Embora tais inter-relações tenham se fortalecido em boa parte do cenário mundial, elas ocorreram destacadamente em favorecimento dos conquistadores europeus. Portugal e Espanha, pioneiros nessa aventura marítima, ampliaram suas áreas de influência por diversas regiões do além-mar. Os continentes africano e asiático, já conhecidos pelos europeus, tiveram suas riquezas ainda mais exploradas, abrindo-se novas rotas comerciais que ligavam seus mercados à Europa ocidental.

Entretanto, foi na América que a ação colonizadora europeia certamente mais se consolidou. A chegada da frota de Cristóvão Colombo à América Central representou apenas o marco inicial da dominação do novo continente pelos europeus. A partir de então, iniciava-se um violento processo de colonização, que levou à exploração e aculturação da população ameríndia.

Estima-se que no início do século XVI a população americana aproximava-se de 50 milhões de pessoas, as quais eram divididas em inúmeros povos que falavam cerca de 2500 idiomas distintos. Só no Brasil, existiam cerca de cinco milhões de indígenas quando os portugueses aqui chegaram.  Com a chegada da primeira leva  de europeus, logo no primeiro século, a população indígena foi reduzida a quatro milhões. As doenças trazidas pelos europeus, a fome, a superioridade militar do colonizador e o trabalho forçado foram os principais fatores para tal genocídio.  

Atualmente, no Brasil,  são cerca de 450 mil indígenas distribuídos por todo o território brasileiro. Ou seja, de cinco milhões, no século 16, temos hoje apenas 450 mil pessoas indígenas, conforme a Funai.

O sistema de exploração utilizado estava inserido na política mercantilista então adotada pelas potências absolutistas europeias. Através do “pacto colonial”, ficavam estabelecidas as condições que proporcionavam às metrópoles a “exclusividade” sobre os negócios coloniais. Por mais que os colonos frequentemente corrompessem o monopólio metropolitano (através do contrabando), boa parte da produção colonial tinha como destino os cofres europeus, o que possibilitou o enriquecimento do Velho Mundo em prejuízo do continente americano.

Os colonos que chegaram com Martim Afonso de Souza, trouxeram as primeiras mudas de cana-de-açúcar que foram plantadas em 1553 na capitania de São Vicente. Em pouco tempo o açúcar passou a ser a mais importante atividade comercial da colônia, superando a extração de pau-brasil. Mas o início da produção da especiaria pelos holandeses em suas colônias nas Antilhas fez o preço do produto brasileiro ter uma queda de 50% nos mercados internacionais, fazendo com que o governo português passasse a incentivar mais veementemente a busca por ouro, encontrado apenas no final do século XVII por bandeirantes paulistas em Minas Gerais.

Nos primeiros 70 anos do século XVIII o Brasil produziu mais ouro do que toda a América espanhola em 357 anos. Essa produção correspondeu a 50% de todo o ouro mundial entre os séculos XV e XVIII. Mas grande quantidade desse minério transferiu-se para a Inglaterra, com quem Portugal tinha grande dívida e grandes negócios, além de comprar dos ingleses toda a tecnologia de que precisava, perdendo assim a oportunidade de se desenvolver.

Portugal foi também o país que mais traficou pessoas da África para as Américas. Escravizou os povos das ex-colônias e manteve um intenso e massivo tráfico de escravos, primeiro para o Brasil e, posteriormente, para o sul dos Estados Unidos e Cuba. Entre 1501 e 1875, o tráfico português de escravos para o Brasil atingiu 5.848.266 pessoas, um número superior ao tráfico promovido pela Espanha (1.061.524), Grã-Bretanha (3.259.441) e Holanda juntos (554.336).


Continente Africano

Mesmo que os continentes africano e europeu já realizassem trocas das mais diversas, foi apenas com o início das navegações e do interesse econômico europeu no desenvolvimento de impérios coloniais que a colonização do território africano entrou em cena. Essa colonização acabou fortalecendo a visão de que a Civilização Ocidental seria um marco de superioridade no mundo, em oposição às outras “raças”. Com isso, acabou-se gerando o silenciamento e apagamento histórico de várias partes do mundo, especialmente da África. 

Uma das principais ações coloniais da Europa no continente africano foi o que se convencionou chamar de a "partilha da África". Essa partilha ignorou as delimitações territoriais dos espaços políticos pré-coloniais existentes na África. A ação foi fruto da Conferência de Berlim, que ocorreu entre 1884 e 1885, sendo conduzida pelo antigo chanceler alemão Otto Von Bismarck (1815-1898). Ao fim da conferência e com os seus desdobramentos, países como a Inglaterra, França, Portugal, Itália, Alemanha, Espanha e Bélgica haviam dividido entre si o continente africano, em territórios coloniais sobre a sua hegemonia.

A divisão que, apesar de aceita pelas potências da época, gerou revoltas e as mais diversas resistências por parte dos povos africanos que não aceitavam ficar sobre o jugo e poderio europeu. E foi a partir daí que a Alemanha se estabeleceu como poder colonial na África. E como a história tem revelado, uma das principais formas de imposição da ordem europeia no continente, se deu por meio do uso da força.

Em 1904, na região da Namíbia (terra povoada até então por duas grandes etnias: os Herero e os Nama), os alemães residentes usaram da força na tentativa de controlar o que supostamente seria uma revolta. Autorizados pela metrópole, foi dado início ao massacre que durou quatro anos e matou ao menos 80% dos hereros e cerca de 10% dos manas – totalizando cerca de 100 mil pessoas mortas. O fato resultou num dos primeiros genocídios do século XX.

Além das mortes, as terras que pertenciam aos namas e os hereros foram tomadas por colonos alemães, que até hoje possuem o controle sobre elas e aqueles capturados, mas não mortos, foram destinados a uma das primeiras experiências com campos de concentração do século XX e subjugados ao trabalho escravo. O genocídio em Ruanda, por sua vez, ocorreu 90 anos após os acontecimentos na Namíbia e terminou com a morte de cerca de 800 mil pessoas.

Em 1919, com o fim da Primeira Guerra Mundial, enquanto a Alemanha perdia o controle sobre as suas colônias africanas, países como a Bélgica passaram a obter o controle de mais territórios no continente. Desta forma, Ruanda passou a ser de domínio belga. E assim como a Alemanha, a Bélgica usou da força para controlar o seu novo território. Sua principal estratégia de dominação foi colocar as duas principais etnias do território em uma constante disputa: os Hutus e Tutsis. Mesmo após a independência de Ruanda da antiga colônia, a disputa continuou a se perpetuar dentro do território até abril de 1994.

Quando se fala desses dois genocídios, em se tratando da comunidade internacional, pode-se afirmar que essa nada fez para impedir que eles ocorressem; as práticas coloniais, que inclusive incentivam o uso da força dos europeus contra os africanos, eram em muito defendidas, e as disputas entre as etnias africanas, como os Hutus e Tutsis, por mais que estivessem sendo incentivadas por interesses externos, eram vistas por essa comunidade como uma disputa entre povos inferiores e não civilizados.

A responsabilidade por esses genocídios é daqueles que mais se beneficiaram dessas mortes: os países colonialistas europeus. E é justamente por conta dessa disputa de interesses que, em termos gerais, relembramos que a descolonização da África não foi fruto da bondade europeia, mas sim de lutas empreendidas pelos povos africanos contra o poder colonial.

Ainda hoje o continente africano tem enfrentado diversos desafios em torno do desenvolvimento dos seus Estados e povos. É necessário relembrar que não se pode falar das lutas por liberdade do século XX sem mencionar as dos países africanos contra as suas antigas colônias europeias e, consequentemente, contra os regimes de segregação que existiam dentro do continente, como no caso da luta contra o apartheid na África do Sul.


Ásia

Na Ásia o Imperialismo  ocorreu ao longo do século XIX quando potências europeias, o Japão e os Estados Unidos deram início às ocupações. A expansão para a Ásia se deveu a fatores econômicos como a garantia de matérias-primas para as indústrias, mercado para os produtos e ideológicos como "civilizar" estes povos. 

A ocupação das Índias, nome genérico para as terras "descobertas", começou durante a chamada Revolução Comercial ocorrida entre os séculos XV e XVII. Desta maneira, estavam garantidos produtos como as especiarias, porcelanas e toda gama de mercadorias que não se encontravam na Europa.

Os portugueses foram os primeiros europeus autorizados a constituir portos em certas regiões da Índia, China e Japão. No entanto, com a Revolução Industrial, o cenário econômico europeu mudou. Com o surgimento das fábricas, se produzia mais e se necessitava mais matérias-primas. Ao mesmo tempo, era preciso menos mão de obra e o desemprego aumentou.

Dessa maneira, nações industrializadas como França e Inglaterra serão as novas protagonistas da conquista imperialista aos países asiáticos. Nesse contexto, Inglaterra, França e Holanda foram ocupando territórios na África e na Ásia. Mais tarde, o Império Alemão também se lançaria à conquista de regiões por estes continentes.

Igualmente, o Japão aproveita para invadir a península coreana e parte da China. Os Estados Unidos começarão a ocupar ilhas do Pacífico e o símbolo desta conquista será o Havaí. A Índia foi ocupada gradativamente por ingleses e franceses a partir do século XVIII. No entanto, os franceses tiveram que renunciar e conquistar mais territórios nesta região após a Guerra dos Sete Anos.

Assim, as zonas pertencentes à Grã-Bretanha ficaram sob a administração da Companhia das Índias Orientais, enquanto outras eram gestionadas sob regime de protetorado. Isto significava que muitos dos governadores locais, os marajás, mantiveram seu poder, mas a atividade agrícola passou a ser do cultivo de algodão e juta, destinadas às fábricas inglesas. Como consequência, os alimentos escassearam e houve fome no campo. Esta situação, aliada às crescentes medidas discriminatórias impostas pelas autoridades britânicas, levaram a sublevações como a Revolta dos Cipaios, ocorrida em 1857.

Os indianos foram derrotados dois anos depois e, entre as consequências da revolta, esteve o endurecimento do poderio inglês. A Companhia das Índias Orientais é dissolvida e a Índia é incorporada oficialmente ao Império Britânico, através da coroação da Rainha Vitória como Imperatriz da Índia, em 1876.

As imposições inglesas à China foram devastadoras. O governo chinês dificultou as transações comerciais de chá pleiteadas pela Grã-Bretanha, que encontrou no ópio a solução para a obter mais lucro. A substância, por seus efeitos devastadores, era proibida na Grã-Bretanha, mas foi vendida à população chinesa. Em pouco tempo, as pessoas se tornaram dependentes e o governo chinês fez um apelo aos britânicos que não o comercializassem mais. Tudo isso foi em vão. Como reação, os chineses queimaram em 1839 ao menos 20 mil caixas de ópio, no porto de Cantão. Em seguida, resolveram fechá-lo aos britânicos que tomaram esta atitude como uma agressão e declararam guerra ao país.

O episódio ficou conhecido como Guerra do Ópio e teve efeitos catastróficos para os chineses, obrigados a assinar, em 1842, o Tratado de Nanquim. O tratado determinava a abertura de cinco portos chineses para os ingleses e a transferência de Hong Kong para a Grã-Bretanha. O Tratado de Naquim foi o primeiro da série de "tratados desiguais" onde o Reino Unido tinha muito mais vantagens comerciais que a China. A França e os Estados Unidos aproveitaram a fragilidade da China para assinarem tratados comerciais com este país.

O golpe maior, porém, ocorreu em 1851, na Revolta de Taiping (1851-1864), motivada por questões religiosas, pela insatisfação dos camponeses com o governo imperial e com a invasão estrangeira. Os americanos e britânicos apoiaram militarmente o Imperador a fim de garantir futuras vantagens. Calcula-se que o conflito tenha deixado 20 milhões de mortos entre feridos de guerra, fome e doenças. A dinastia reinante jamais recuperou o prestígio após o conflito civil e ainda teve que conceder mais benefícios comerciais às potências europeias.

Em 1864, derrotados, os chineses viram seu território ser retalhado entre Alemanha, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Japão e Rússia. Nova derrota ocorreu após a Guerra dos Boxers, um movimento nacionalista chinês. Dessa vez, a China foi obrigada a aceitar a política de portas abertas, onde era obrigada a abrir todos os portos à comercialização de produtos estrangeiros.


Oceania

Último continente a ser encontrado pelos europeus e chamada de Novíssimo Mundo, a Oceania teve a primeira onda massiva de emigrados por volta de 6000 a.C. com a chegada dos austronésios oriundos de Taiwan. Eles se propagaram pelas Filipinas e Índias Orientais, até chegarem à Nova Guiné.

Já no período moderno, os britânicos anexaram a Austrália aos seus domínios em 1770, quando habitavam cerca de 300 mil nativos subdivididos em cerca de 600 tribos, as quais encontravam-se num estágio cultural muito primitivo, fato que facilitou a dominação pelos ingleses.

No século XVIII a ocupação foi feita por prisioneiros e exilados, bem como pelo estabelecimento de um número reduzido de colonos. Eles se dedicaram ao desenvolvimento da pecuária, uma das principais atividades até hoje. Além da pecuária (sobretudo a ovina) desenvolvera-se uma produção de trigo com sucesso.

Como resultado deste domínio, a população indígena decai. Os britânicos impõem sua cultura e seus modos de vida, fazendo com que os nativos se tornem a minoria no continente.

Fonte:

https://tematica21.blogspot.com/2023/02/riqueza-sobre-sangue-os-roubos-e-as.html

quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Grandes Personalidades Negras Brasileiras


Antônio Francisco Lisboa, mais conhecido como Aleijadinho, foi de um talento ímpar. Escultor, entalhador, carpinteiro e arquiteto, ele é o maior expoente do barroco mineiro. Seu apelido surgiu a partir de 1777, quando foi atacado por uma doença degenerativa e deformadora. A maioria da produção de Aleijadinho tem como tema central a religiosidade cristã. O roteiro clássico para conhecer sua obra inclui as cidades mineiras de Ouro Preto (antiga Vila Rica); Tiradentes; São João Del Rei; Mariana; Sabará e Congonhas do Campo. O artista faleceu no dia 18 de novembro de 1814 em Ouro Preto.


Adhemar Ferreira da Silva foi filho único de um ferroviário e uma cozinheira, e se tornou o maior atleta olímpico brasileiro, conforme a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAT). Entre suas várias conquistas no esporte está o fato de ter sido o primeiro bicampeão olímpico brasileiro no salto triplo e o único atleta do país a conquistar 2 medalhas olímpicas de ouro em duas edições consecutivas.


André Rebouças foi um engenheiro, inventor e um dos mais importantes articuladores do movimento Abolicionista. Passou os seis últimos anos de sua vida trabalhando pelo desenvolvimento de territórios africanos.


Antônio Carlos Bernardes Gomes, além de ator, músico, cantor e compositor, Mussum, como ficou conhecido, foi também um dos mais famosos humoristas brasileiros.


Arthur Bispo do Rosário, considerado gênio por alguns e louco por outros, foi um artista plástico brasileiro que, por sofrer de esquizofrenia, residiu em diversas instituições psiquiátricas por quase 50 anos. O conjunto de sua obra agrega 802 peças com diferentes técnicas, com destaque para a costura e bordado em tecido, em formas de fardões e estandartes.


Carolina de Jesus ficou famosa por seu primeiro livro Quarto de Despejo: Diário de uma favelada, publicado em 1960 com auxílio do jornalista Audálio Dantas. O livro fez um sucesso estrondoso, tendo vendido 10 mil exemplares em apenas uma semana, e sido traduzido para treze idiomas e distribuído em mais de quarenta países. A publicação e a tiragem recorde, cerca de 100 mil em três edições sucessivas, revelam o interesse do público e da mídia da época pelo ineditismo da narrativa da favelada catadora de papéis e de outros lixos recicláveis.


Angenor de Oliveira, mais conhecido por Cartola, foi um cantor, compositor, poeta e violonista brasileiro. É considerado por diversos músicos e críticos musicais como o maior sambista da história da música brasileira. Tendo como seus principais sucessos as músicas As Rosas não Falam, O Mundo É um Moinho e Alvorada. Ajudou na fundação da agremiação Mangueira.


Com a alcunha de Dante Negro ou Cisne Negro, o poeta Cruz e Sousa foi um dos principais representantes do simbolismo no Brasil. Segundo Antonio Candido, ele foi o "único escritor eminente de pura raça negra na literatura brasileira, onde são numerosos os mestiços".


Conceição Evaristo é uma das mais influentes literatas do movimento pós-modernista no Brasil, escrevendo nos gêneros da poesia, romance, conto e ensaio.


Enedina Alves Marques foi uma professora e formou-se em Engenharia Civil em 1945 pela Universidade Federal do Paraná, entrando para a história como a primeira mulher a se formar em engenharia no estado e a primeira engenheira negra do Brasil.


Emanoel de Araújo foi um escultor, desenhista, ilustrador, figurinista, gravurista, cenógrafo, pintor, curador e museólogo brasileiro. Emanuel contou sua história de vida em uma entrevista ao Museu da Pessoa com o título: "Uma coleção que virou um dos maiores museus da América Latina".


Gilberto Gil é conhecido por sua relevante contribuição na música brasileira e por ser vencedor de prêmios Grammy Awards, Grammy Latino e galardoado pelo governo francês com a Ordem Nacional do Mérito (1997). Em 1999, foi nomeado "Artista pela Paz", pela UNESCO. Gil foi também embaixador da ONU para agricultura e alimentação, e ministro da Cultura do Brasil, entre 2003 e 2008, durante partes dos dois primeiros mandatos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2021, foi eleito para a cadeira de número 20 da Academia Brasileira de Letras.


Jacira de Almeida Sampaio foi uma atriz brasileira que participou de vinte telenovelas e tornou-se nacionalmente conhecida com a personagem Tia Nastácia do programa infantil O Sítio do Pica-Pau Amarelo da Rede Globo (1977 a 1985), adaptado da obra de Monteiro Lobato. Jacira se destacou também no teatro em peças como: "Quarto de Empregada" (1959) de Roberto Freire, "As Feiticeiras de Salém" (1960) com Glória Menezes, "O Pagador de Promessas" (1961) com Stênio Garcia, "O Círculo do Champagne" (1964), "Castro Alves Pede Passagem" (1971) de Gianfrancesco Guarnieri, "Sitio do Picapau Amarelo" (1994) com Suzana Abranches, entre várias outras.


João Carlos de Oliveira, o João do Pulo, foi um atleta, político e militar brasileiro, especializado em saltos, sendo ex-recordista mundial do salto triplo, medalhista olímpico e tetracampeão panamericano no triplo e no salto em distância.


José Carlos do Patrocínio foi um farmacêutico, jornalista, escritor, orador e ativista político brasileiro. Destacou-se como uma das figuras mais importantes do movimento abolicionista no país. Foi também idealizador da Guarda Negra, que era formada por negros e ex-escravos, sendo vanguarda do movimento negro no Brasil e formada para proteger família imperial brasileira contra a aristocracia e os militares.


Juliano Moreira foi um médico psiquiatra brasileiro, frequentemente considerado como o fundador da disciplina psiquiátrica e da psicanálise no Brasil pelos avanços por ele promovidos. Moreira foi o primeiro professor universitário brasileiro a citar e incorporar a teoria psicanalítica no ensino da medicina.


Lima Barreto foi um jornalista e escritor brasileiro. Publicou romances, sátiras, contos, crônicas e uma vasta obra em periódicos, principalmente em revistas populares ilustradas e periódicos anarquistas do início do século XX. A maior parte de sua obra foi redescoberta e publicada em livro após sua morte por meio do esforço de Francisco de Assis Barbosa e outros pesquisadores, levando-o a ser considerado um dos mais importantes escritores brasileiros.


Luís Gama foi um advogado, abolicionista, orador, jornalista e escritor brasileiro. Nascido de mãe negra livre e pai branco, foi contudo feito escravo aos 10 anos, e permaneceu analfabeto até os 17 anos de idade. Conquistou judicialmente a própria liberdade e passou a atuar na advocacia em prol dos cativos, sendo já aos 29 anos autor consagrado e considerado "o maior abolicionista do Brasil".


Luiz Gonzaga foi um cantor, compositor e multi-instrumentista brasileiro. Também conhecido como o Rei do Baião, foi considerado uma das mais completas, importantes e criativas figuras da música popular brasileira.


Machado de Assis foi um escritor, amplamente reconhecido por críticos, estudiosos, escritores e leitores como o maior expoente da literatura brasileira. Sua produção literária abrangeu praticamente todos os gêneros, incluindo poesia, romance, crônica, dramaturgia, conto, folhetim, jornalismo e crítica literária.


Eugênia Anna Santos, mais conhecida como Mãe Aninha, foi instruída no candomblé do Engenho Velho – a casa de Mãe Nassô –, fundado por volta de 1830 e o primeiro a funcionar regularmente na Bahia. Saiu de lá para formar uma nova casa, o Ilê Axé Opô Afonjá, hoje considerado Patrimônio Histórico Nacional. Ela sempre lutou para fortalecer o culto do candomblé no Brasil, além de garantir condições para o seu livre exercício. Por intermédio do ministro Osvaldo Aranha, que era seu filho de santo, Mãe Aninha provocou a promulgação do Decreto Presidencial nº 1202, no primeiro governo de Getúlio Vargas, pondo fim à proibição aos cultos afro-brasileiros em 1934. 


Maria Firmina dos Reis foi uma escritora brasileira considerada a primeira romancista negra do Brasil. Ela publicou em 1859 o livro Úrsula, considerado o primeiro romance abolicionista do Brasil. O romance conta a história de um triângulo amoroso no qual os personagens são pessoas negras que contestam o sistema escravocrata.


Milton Nascimento é reconhecido mundialmente como um dos mais influentes e talentosos artistas da história da música e dono de uma voz primorosa, alcunhada como a "voz de Deus". Carioca de nascença e mineiro de coração (criado em Três Pontas), tornou-se conhecido nacionalmente quando a composição "Travessia" (do próprio e de Fernando Brant) ocupou a segunda posição na edição de 1967 no Festival Internacional da Canção. Milton Nascimento gravou, ao todo, 34 álbuns, sendo condecorado com cinco estatuetas do Grammy Awards entre as quais se destacaram a de Best World Music Album em 1998 por Nascimento e a de Best Contemporary Pop Album em 2000 do Grammy Latino por Crooner.


Solano Trindade foi um dos mais influentes poetas negros. Além dos versos, Solano também se dedicou a defender a liberdade e o resgate da cultura negra no país. Um de seus poemas mais conhecidos, “Tem Gente com Fome”, foi musicado em 1975 pelo grupo Secos & Molhados. A canção foi proibida pela censura, sendo resgatada e gravada em 1980 por Ney Matogrosso, no álbum “Seu Tipo”. Mas, por causa do poema, em 1944, Solano foi preso e teve o livro “Poemas de uma Vida Simples” apreendido.


Theodoro Fernandes Sampaio foi um importante engenheiro civil do século 19, foi também geólogo, geógrafo, historiador, político, dicionarista, cartógrafo e urbanista. Theodoro chegou a ser nomeado diretor e Engenheiro-Chefe do saneamento do Estado de São Paulo. O gênio brasileiro foi o primeiro engenheiro da Comissão de Melhoramentos do Rio São Francisco, em 1883. Alavancando ainda mais a carreira, no ano de 1886, a convite de Orville Derby, Theodoro participou da Comissão Geográfica e Geológica, a qual realizou primeira medição de base geodésica do Brasil, sendo executada no Estado de São Paulo. Suas ideias sobre o desenvolvimento urbano das grandes cidades foram contribuições importantes para a época. Sampaio também fez parte de várias outras comissões do Império; e na República fez parte da Comissão Cruls, na qual se definiu a localização para o novo Distrito Federal (atual Brasília).

A lista de personalidades é bem mais extensa e aqui consta de forma bem resumida apenas uma pequena fração desse grande número de pessoas de tão grande importância na história brasileira.


sábado, 9 de novembro de 2024

Muro De Berlim E O Início Da Queda


Durante uma onda revolucionária de libertação ao comando de Moscou que varreu o Bloco Leste, o governo da Alemanha Oriental anunciou em 9 de novembro de 1989, após várias semanas de distúrbios civis, que todos os cidadãos da RDA poderiam visitar a Alemanha Ocidental Capitalista e Berlim Ocidental. Multidões de alemães orientais subiram e atravessaram o muro juntando-se aos alemães ocidentais do outro lado, em uma atmosfera de celebração. Ao longo das semanas seguintes, partes do muro foram destruídas por um público eufórico e por caçadores de souvenirs. 

Mais tarde, equipamentos industriais foram usados para remover quase o todo da estrutura. A queda do Muro de Berlim abriu o caminho para a reunificação alemã que foi formalmente celebrada em 3 de outubro de 1990. Muitos apontam este momento também como o fim da Guerra Fria. O governo de Berlim incentiva a visita do muro derrubado, tendo preparado a reconstrução de trechos do muro. Além da reconstrução de alguns trechos, está marcado no chão o percurso que o mesmo fazia quando estava erguido.

A construção aconteceu após a Segunda Guerra Mundial, quando a Europa foi dividida entre a União Soviética e seus ex-aliados ocidentais, e os soviéticos gradualmente ergueram a "Cortina de Ferro" para separar o Oriente do Ocidente.

A Alemanha derrotada foi dividida em duas por Estados Unidos, Reino Unido, França e União Soviética. A parte oriental foi ocupada pelos soviéticos e, batizada como República Democrática Alemã, tornou-se o ponto de apoio da União Soviética na Europa Ocidental.

Berlim foi dividida em quatro pedaços, com as zonas britânicas, francesas e americanas a oeste e uma zona soviética a leste. Berlim Ocidental tornou-se uma ilha cercada pela Alemanha Oriental comunista.

O muro foi finalmente construído em 1961, porque muitas pessoas estavam deixando Berlim Oriental rumo ao Ocidente.

Oficialmente capital das duas Alemanhas (embora o governo ocidental ficasse sediado em Bonn), Berlim foi cortada ao meio, fisicamente, pelo muro de concreto com 155 km de extensão e 3,6 metros de altura. Quem tentasse cruzar de um lado para outro poderia ser morto – o que, de fato, aconteceu com pelo menos 100 pessoas.

A partir de meados dos anos 1980, com as políticas reformistas do dirigente soviético Mikhail Gorbatchev (a Perestroika, na economia, e a Glasnost, na política), a tensão entre as duas Alemanhas começou a diminuir e outros países do Leste Europeu acompanharam as mudanças. Em setembro de 1989, depois que o governo da Hungria abriu as fronteiras com a Áustria, milhares de cidadãos da Alemanha Oriental começaram a sair do país, atravessando a antiga Tchecoslováquia, chegando à Hungria e, em seguida, ao território austríaco. 

Dali, eles tinham livre acesso ao mundo ocidental. O governo alemão oriental, que até então tinha se mantido imune às tendências de reforma dos países vizinhos, teve que ceder: em 9 de novembro, vencido pelas manifestações populares e pela onda de emigração em massa, abriu os postos de fronteira com a Alemanha Ocidental.

Na noite daquele mesmo dia, mais precisamente às 23h, o muro começava a ser derrubado por berlinenses eufóricos com marretas, martelos e picaretas. Um dia após a abertura de todas as fronteiras, soldados da Alemanha Oriental começaram a derrubar uma parte do Muro. Guindastes arrancaram pesados blocos de concreto, e seus pedaços foram distribuídos como souvenir. Os alemães de ambos os lados da cidade subiram e dançaram em cima daquele que havia sido, nas décadas anteriores, o grande divisor simbólico do mundo. 

Foto:

© Tom Stoddart/​Getty Images

Fontes:

https://www.bbc.com/portuguese/internacional-50323088
https://memoriaglobo.globo.com/jornalismo/coberturas/queda-do-muro-de-berlim/noticia/queda-do-muro-de-berlim.ghtml
https://pt.wikipedia.org/wiki/Muro_de_Berlim
https://www.todamateria.com.br/queda-do-muro-de-berlim/