Invadiram a terra e passaram a se dizer donos.
Espalharam sangue e destruição.
Escravizaram, roubaram, estupraram, mataram.
Não respeitaram a cultura nativa; ignoraram qualquer sentimento.
Derrubaram florestas, poluíram rios, exterminaram vidas.
Plantaram maldade onde não existia.
Acabaram com a paz, trouxeram doenças.
Quiseram ensinar o que consideravam certo. Ensinaram a rezar.
Reduziram e continuam reduzindo ao mínimo os espaços aos que resistem ao tempo.
Está difícil plantar, está difícil pescar.
Onde havia peixe, agora é só veneno.
Onde havia árvore, agora é só asfalto.
Onde havia bicho, agora é só gente que não compreende a importância da natureza.
No lugar da alegria, hoje resta uma agonia, um aperto no peito diante da constatação de que tudo está se perdendo e de um futuro um tanto quanto incerto.
Os verdadeiros brasileiros continuam em estado de extinção.
Pode ser que as gerações futuras vejam os índios apenas em desenhos, fotos ou nas tatuagens que vão estampar os corpos dos filhos daqueles que foram responsáveis pelo extermínio de uma raça.
Mas ainda assim, para compensar tudo que foi tirado, lhes foi dado um dia para comemorar.
Comemorar o quê?
Eduardo C. Cardoso
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