domingo, 15 de maio de 2011

Os Tipos de Energia e o Drama do Japão

A atual situação do Japão referente ao problema ocorrido com a usina nuclear de Fukushima, traz à tona novamente as discussões em torno da polêmica tecnologia.

Este tipo de energia representa grande risco à humanidade, como nos casos já ocorridos em Three Mile Island (EUA), em 28 de março de 1979 sem vítimas fatais e o de Chernobyl (Ucrânia), com milhares de mortes e doenças causadas pelo vazamento de material radioativo.


Usina Nuclear de Chernobyl - Ucrânia, 1986

Para ter uma maior noção dos riscos, podemos citar ainda os efeitos da bomba nuclear que foi lançada sobre as cidades de Hiroshima e Nagasaki, em agosto de 1945 deixando mais de 100 mil mortos, fora outros milhares que morreriam mais tarde vítimas das complicações causadas pela radiação.


Energia Por Biomassa

Sabemos que existem outros tipos de energia como, por exemplo, a energia de biomassa que é gerada a partir da decomposição de materiais orgânicos como restos de alimentos e resíduos agrícolas, a energia surge da produção do gás metano.

Usina de Biomassa - Califórnia, Estados Unidos

Entre as desvantagens desta técnica estão formação de desertos pelo corte não planejado ou incontrolado de árvores; destruição do solo pela erosão; a poluição da própria queima da biomassa , como a emissão de gases tóxicos e desprendimento de consideráveis quantidades de calor.


Energia Eólica

É a energia gerada através dos moinhos movimentados pela força dos ventos. A energia é convertida através de um aerogerador que consiste num gerador elétrico acoplado a um eixo que gira através da incidência do vento nas pás da turbina.

Parque Eólico Horns Rev - Dinamarca

Para que sejam instaladas as turbinas eólicas, é necessário que o local utilizado tenha ventos com velocidade média anual superior a 3,6 m/s. No mundo existem atualmente, mais de 20 mil turbinas eólicas de grande porte em operação. A maior parte está nos Estados Unidos, já na Europa, espera-se gerar 10 % da energia elétrica a partir da eólica, até o ano de 2030.

As desvantagens na geração deste tipo de energia, é que a força do vento varia tornando sua produção lenta. Outra situação é que são poucos os lugares do mundo que oferecem as condições ideais para a geração da energia eólica.


Energia Hídrica

A energia hídrica é proveniente da queda de água represada a uma certa altura nas usinas hidrelétricas. As pás da turbina giram através da força das águas acionando o eixo do gerador, produzindo energia elétrica.

O Brasil utiliza a energia hídrica em grande escala, devido aos grandes mananciais de água existentes.


Usina Hidrelétrica de Itaipu - 
Fronteira entre Brasil e Paraguai

A inundação de áreas habitadas causando deslocamentos de populações e destruição da flora e fauna é a maior desvantagem do uso desta fonte.


Energia Nuclear

Liberada durante a fissão ou fusão dos núcleos atômicos, a energia nuclear pode ser obtida mediante processos nucleares que superam em muitas vezes os processos químicos, que só utilizam as regiões externas do átomo.

A principal vantagem da energia nuclear obtida por fissão é a não utilização de combustíveis fósseis, não lançando na atmosfera gases tóxicos, e não sendo responsável pelo aumento do efeito estufa. Esta opção permite adquirir muita energia em um espaço pequeno e instalações de usinas perto dos centros consumidores, reduzindo o custo de distribuição de energia.

A energia nuclear torna-se mais uma opção para atender com eficácia à demanda energética no mundo moderno. A fissão nuclear do urânio é usada em centenas de centrais nucleares em todo o mundo, principalmente em países como a Alemanha, China, Coréia do Norte, Espanha, Estados Unidos, França, Índia, Japão, Paquistão, Rússia e Suécia.


Usina Nuclear de Nogent-sur-Seine - França

Na China estão 25 das 49 usinas em construção, o país juntamente com os Estados unidos, está revendo todos os protocolos de segurança. A França, altamente dependente, rediscutirá o assunto. A Alemanha está mudando de posição sobre o tema.

O Brasil conta com duas usinas nucleares, Angra I e Angra II. Parte dos equipamentos para a construção da Angra III já está comprada. Recentemente um grupo do Greenpeace fez um manifesto em Brasília pedindo o cancelamento do projeto.

Usina Nuclear Angra II - Brasil

Reatores nucleares e instalações complementares geram grandes quantidades de lixo nuclear que precisam ficar sob vigilância por milhares de anos. Não se conhecem técnicas seguras de armazenamento do lixo nuclear gerado.


A Energia Nuclear Japonesa

90% da energia elétrica consumida no Japão vêm das usinas nucleares. Essas usinas, como as que estão passando por problemas, produzem energia elétrica de um modo bastante simples, considerando a tecnologia envolvida: Fervendo água para o vapor girar uma turbina que move um gerador que por sua vez produz eletricidade.

Em Fukushima, os reatores possuem barras de combustível atômico, com substâncias que contém átomos muito instáveis. Ao receber o choque de um nêutron, o núcleo desses átomos se divide formando outros átomos com peso atômico menor, liberando outros nêutrons e energia, em um processo denominado fissão nuclear.

O calor gerado neste processo é aproveitado para ferver a água, convertendo-a em vapor. Esse vapor sai sob pressão da cápsula do reator nuclear e movimenta turbinas que por sua vez fazem movimentar um gerador que produz energia elétrica.

Esta é uma forma bem barata de gerar energia elétrica, que não emite carbonos e não alaga grandes porções de terra, como as usinas hidrelétricas. Além de serem bem mais eficientes que as usinas eólicas e solares.

O grande problema deste tipo de energia é o lixo nuclear gerado, cujo armazenamento seguro por gerações ainda é um desafio técnico, é a contaminação ambiental na eventualidade de um acidente, além do fato desse material ser letal e de difícil descontaminação. Por isso, as plantas dessas usinas são projetadas para terem o máximo de segurança.

Apesar de toda segurança, a Usina de Fukushima teve a sua estrutura abalada após ser atingida por um tsunami após a ocorrência de um forte tremor de terra no dia 11 de março de 2011.

Após o maior terremoto já registrado no Japão, 8,9 na escala Richter, as barras de controle dos reatores, que entram em ação em 7 segundos, desligaram a usina. Ou seja, ela parou de produzir energia elétrica.

Tsunami de 11 de Março de 2011

Contudo os reatores continuam a produzir calor e as bombas precisam ficar mantendo o fluxo de água circulando continuamente para resfriar a cápsula do reator. As varetas onde se encontra o combustível nuclear devem estar sempre imersas para que não ocorra o derretimento do material devido ao superaquecimento.

Quando não há energia elétrica, as bombas funcionam através de motores movidos à diesel (há quatro por reator) que entram em ação automaticamente para gerar eletricidade mantendo as bombas de água funcionando. O problema é que o terremoto fez surgir enormes ondas de até 10 metros de altura com enorme poder destrutivo que invadiu até 14 quilômetros da ilha principal do Japão.

A medida que o vapor foi sendo formado em excesso a pressão no núcleo do reator cresceu. Até que as autoridades japonesas autorizaram a liberação do vapor radioativo para a câmara de contenção a fim de reduzir a pressão nos reatores.

Usina Nuclear de Fukushima - Japão

A câmara de contenção possui paredes de 2 metros de concreto e é hermeticamente fechada. Sua pressão deve ser menor que a do meio externo (prédio do reator).

Com a elevação da pressão da câmara de contenção, aumentou o grau de periculosidade, com isso fez-se necessário a liberação dos vapores radioativos para o exterior do prédio que não é vedado hermeticamente.

Os níveis de contaminação provocados por esses vapores, fizeram com que o governo japonês ampliasse no mês passado a área de evacuação, fazendo com que os moradores de mais duas localidades (Iitate e Kawamata, na província de Fukushima, a cerca de 40 km da usina nuclear), começassem a deixar suas casas neste domingo, conforme havia solicitado o governo.

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