terça-feira, 14 de junho de 2011

O Rock Brasileiro Desde os Primórdios Até Hoje em Dia: Roberto Carlos

Em 19 de abril de 1941, nasce em Cachoeiro de Itapemirim no Espírito Santo, aquele que viria a ser um dos mais importantes astros da música brasileira: Roberto Carlos Braga, ou simplesmente, Roberto Carlos.


Filho mais novo do casal Robertino Braga e Laura Moreira Braga, Roberto começou sua vida musical aprendendo piano e violão com sua mãe, continuando mais tarde no Conservatório Musical de Cachoeiro.

Incentivado por dona Laura, o menino que vivia a cantar pela casa, aos nove anos estréia em uma rádio nacional. Daí pra frente, o pequeno cantor passou a se apresentar nesta mesma rádio nas manhãs de domingo.

Em 1956, Roberto e sua família se mudam para o Rio e como a maioria dos jovens de sua época, principalmente os da zona norte da cidade, o rock passa ser a maior fonte de inspiração para a expressão própria.

Em 1957, Roberto entra para a Turma do Matoso, um grupo de rapazes que freqüentavam o salão de sinuca AKI na Tijuca. Entre seus membros estavam Sebastião Maia, conhecido como Tim, José Roberto, o China, Edson Trindade, Wellington e Erasmo Esteves, que mudaria o seu nome para Erasmo Carlos.

Mais tarde os rapazes resolvem formar uma banda que conta com Erasmo, Edson, China, e Arlênio, e com algumas participações de Roberto. O grupo chamado The Snack’s, mudaria o nome para The Sputiniks com a entrada de Tim Maia.

O grupo então se apresentou na televisão carioca, participando do "Clube do Rock", um quadro de 15 minutos dentro do programa "Meio Dia", de Jaci Campos, na TV Tupi. Tim Maia acabou se destacando pela sua voz forte, passando a ser a atração principal da banda. Logo gravam um compacto com as canções: “Para Sempre” / “Namorado” seguido depois por “Calipso Rock” / “Mustafá.

Mais tarde, já fora do grupo, Roberto passa a se apresentar em programas de rádio e televisão. Em 1959, com a ajuda do Chacrinha, consegue um contrato para gravar o seu primeiro compacto solo pela Polydor.

Outras gravações vieram depois, mas foi somente quando Erasmo Carlos se reaproximou musicalmente de Roberto, com uma nova versão em português para a canção “Splish, Splash”, que a situação mudou.


Juntos escrevem “Parei na Contramão”. O sucesso conseguido deu condições para que Roberto viajasse a São Paulo e conseguisse espaço para divulgar o trabalho no programa “Astros do Disco”, da TV Record. Apresentando-se regularmente, tanto nas televisões cariocas como paulistas, seus shows passam a ter grande procura.

Quando lança em 1964 o álbum “É Proibido Fumar”, o nome Roberto Carlos já era conhecido em todo país. A canção título, assim como “O Calhambeque”, serão dois de seus maiores hits dessa fase.

O ano de 1965, Roberto lança o disco “Roberto Carlos Canta Para a Juventude”, que incluía os sucessos “História de um Homem Mau”, “Os Sete Cabeludos”, “Eu Sou Fã do Monoquini” e o monólogo musicado “Não Quero Ver Você Triste”.

Roberto já era o artista mais representativo da juventude brasileira quando a TV Record lhe convidou para dirigir um novo programa, totalmente voltado ao público jovem. O programa, que foi ao ar pela primeira vez em setembro de 1965, foi chamado de “Jovem Guarda” e foi um sucesso espetacular.

Em meio a tanta exposição, seu álbum daquele ano, apropriadamente chamado de “Jovem Guarda”, é lançado em novembro, causando um furacão na imprensa. A canção “Quero Que Vá Tudo Pro Inferno” causa reboliço e controvérsia, sendo seu refrão considerado de linguagem chula e imoral.

Por ter virado mania nacional, quase tudo que Roberto Carlos dizia podia virar gíria nova no dia seguinte. Expressões como "é uma brasa, mora", "carango" e "bicho" foram incorporadas ao linguajar brasileiro.


A influência de Roberto foi tanta, que todo rock ou rock-balada feito no período passou a ser identificado estilisticamente como Jovem Guarda. Em 1966, é lançado o álbum simplesmente intitulado “Roberto Carlos”; novamente é um recorde de vendas, com os sucessos “Nossa Canção”, “Negro Gato” e “Namoradinha de um Amigo Meu”.

No embalo do enorme sucesso do programa “Jovem Guarda”, em 1967 Roberto faz o seu primeiro filme. A trilha sonora que leva o nome do filme, “Roberto Carlos em Ritmo de Aventura”, é o maior fenômeno de vendas na história do rock nacional contendo dois grandes sucessos, o rock “Eu Sou Terrível” e a balada de amor “Como É Grande o Meu Amor Por Você”.


Roberto Carlos faz então sua primeira apresentação internacional tocando em Portugal, com aparições também na TV daquele país. Ele também viaja para França para cantar no Festival Midden, na cidade de Cannes. Com o fim do programa “Jovem Guarda”, investe em uma carreira internacional. Viaja para Itália onde vence o Festival de San Remo, o único estrangeiro a conseguir essa façanha, cantando “Canzone Per Te”, de Sérgio Endrigo e Bardotti.

Retornando ao Brasil, lança “O Inimitável Roberto Carlos” que traz os sucessos “Se Você Pensa”, “Ciúme de Você” e “As Canções Que Você Fez Pra Mim”. No final do ano, viaja para Santa Cruz de La Sierra para casar com sua noiva, Cleonice Rossi.

Na seqüência Roberto participa de seu segundo filme, “Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-Rosa”, um novo recorde de bilheteria e o disco que se segue ao lançamento do filme já demonstra um Roberto Carlos distanciando-se um pouco do rock.


Em 1970, ainda chamado de “O Rei”, canta a música “Jesus Cristo”, o que mostra que a fase rock chegou ao fim. Na mesma época também grava o seu terceiro e último filme, “Roberto Carlos a Trezentos Quilômetros Por Hora”. Mais um sucesso de bilheteria. O disco seguinte mostra a sua nova fase com as composições românticas “Detalhes”, “Debaixo dos Caracóis dos Seus Cabelos” e “Como Dois e Dois”, entre outros sucessos.


Nem os Beatles venderam mais discos na América Latina do que o Rei Roberto Carlos. Estima-se que ele tenha vendido até hoje mais de 120 milhões de álbuns.

Veja também:
O Rock Brasileiro Desde os Primórdios Até Hoje em Dia: Os Mutantes



quarta-feira, 8 de junho de 2011

Grandes Bandas: Europe

Aos 15 anos, Joey Tempest descobriu o músico John Norum, um jovem de 16 anos que tocava guitarra com o coração e com a alma. Mais tarde os dois se uniram formando a banda Force na qual começaram a compor e ensaiar muito sonhando em um dia iniciar uma turnê.


Na mesma época outro jovem surgiu: John Leven que havia tocado baixo e guitarra em algumas bandas locais incluindo o Rising Force de Yngwie Malmsteen. Algum tempo depois, Mic Michaeli que tocava teclado na banda Avalon e Ian Haugland, baterista e vocalista da banda Trilogy se uniram aos demais surgindo assim a formação clássica do Europe.

Em 1983 após a gravação de seu primeiro disco, o Europe ganhou um concurso de bandas de rock, porém, jamais perdeu o foco. A banda iniciou uma turnê pela Escandinávia que atravessou os anos de 83 e 84 estabelecendo-se também no mercado japonês.


Mais tarde a banda começou a trabalhar com o produtor americano Élson Kevin, que já havia produzido junto à banda Journey. Daí pra frente o Europe começou a ser tocado nas rádios e na MTV tornando-se conhecido mundialmente.

O sonho começou a se tornar realidade. A banda iniciou uma turnê mundial ao mesmo tempo em que vendia milhões de cópias. Nesta época, ou a banda estava na estrada ou estava em estúdio de gravação.

Em 1988, após longa excursão mundial o Europe entrou num estúdio em Londres para a gravação de Out of This World.

De 89 a 90 a banda instalou-se na Califórnia para compor músicas para o quinto álbum: Prisoners in Paradise, que resultou em uma nova excursão mundial, aquela que seria a última antes de uma pausa da banda.


A Pausa

A banda manteve-se parada por alguns anos porém, o contato entre seus integrantes jamais cessou. O fim não estava nos planos e cada seguia com seus projetos musicais.


O Retorno

Voltando a ativa, o Europe grava em Estocolmo o sexto álbum: Start from the Dark, que foi lançado em 2004. A banda tinha convicção que o reinício seria difícil e que teriam muito trabalho para retornar ao sucesso, mas, todas as expectativas foram superadas após sua nova turnê sendo que logo em seguida a banda entraria novamente em estúdio, desta vez, para a gravação de Secret Society e mais tarde gravaria ainda o acústico Almost Unplugged.


Entre sucessos e tragédias pessoais, a banda esteve sempre apoiada pelos seus fãs, o que fez com que encontrassem inspiração para que no ano de 2009 lançassem mais um álbum: o Last Look at Edden.



Discografia


Europe (1983)

Wings Of Tomorrow (1984)

The Final Countdown (1986)

Out Of This World (1988)

Prisoners In Paradise (1991)

Start From The Dark (2004)

Secret Society (2006)

Almost Unplugged (2008)

Last Look At Edden (2009)


segunda-feira, 6 de junho de 2011

O Rock Brasileiro Desde os Primórdios Até Hoje em Dia: Celly Campello

Célia Benelli Campello, mais conhecida como Celly Campello, nasceu em 18 de junho de 1942 em Campinas no estado de São Paulo. Com o decorrer de sua vida, Celly ficaria conhecida como precursora do rock no Brasil.


Com cinco anos de idade, já se apresentava em festas do Rotary Club que era freqüentado por seus pais, mostrando-se uma cantora extremamente afinada de voz clara e meiga. Aos seis anos cantou na Rádio Cacique em Taubaté. Ainda criança estudou piano, violão e balé, ganhando aos doze anos seu próprio programa de rádio, também na Rádio Cacique.

Celly Campello

Em 1959 a carreira de cantora deu um grande salto com a gravação da versão brasileira de Stupid Cupid de Neil Sedaka e Howard Greenfield. Após o lançamento de Estúpido Cupido em um programa de televisão, o sucesso se espalhou pelo Brasil. No mesmo ano, Celly participou de dois filmes do cinema brasileiro (no decorrer da carreira, ela viria a participar de outras produções cinematográficas).


Com a gravação de outros sucessos como Banho de Lua e Billy, a cantora ganhou vários prêmios nacionais e internacionais, sendo intitulada a Rainha do Rock Brasileiro.


Aproveitando o grande sucesso, uma série de produtos como a boneca Celly da Troll e um chocolate da Lacta chamado Cupido, seriam vendidos sob a exploração de sua imagem.


Aos 20 anos de idade, no auge da carreira, Celly resolve dar um tempo em sua carreira para se casar, mas em 1968, já com dois filhos, gravou um disco chegando a participar de alguns festivais de músicas durante os anos 69 a 71.


Em 1972, participou de um festival em Juiz de Fora. No mesmo ano, os Mutantes regravam seu sucesso Banho de Lua.


Em 1975 excursionou por todo país no embalo do sucesso da novela "Estúpido Cupido", da TV Globo.


Em 1996, Celly descobre que está com câncer na mama, vindo a falecer anos depois, no dia 4 de março de 2003, deixando o marido, dois filhos e três netos.


Discografia

Estúpido Cupido (1959)

A Bonequinha Que Canta (1960)

Broto Certinho (1960)

A Graça de Celly e as Músicas 
de Paul Anka (1961)

Brotinho Encantador (1961)

Celly (1968)

Celly Campello (1976)